A intenção desse espaço é liberar e discutir sentimentos, fatos e situações da vida, em muitos casos comum entre nós meros mortais em evolução, mas que nem sempre se desenrolam facilmente em um mero bate papo. No entanto, é tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, das angústias, dos medos, dos anseios, dos choros e das frustrações vividas.

Se quiser liberar e compartilhar dissabores e inquietações e suas advindas possibilidades e aprendizagens, sinta-se honrosamente convidado para entrar, sentar e desembuchar, e de quebra, servir-se de uma ferramenta virtual de catarse e afago...



17/04/2010

A crise dos 30!!!

De um ponto de vista, pode-se afirmar que chegar aos 30 e poucos anos é um fato comemorável, uma vez que já foram vencidas aquelas aflições hormonais da adolescência e as loucuras e inconstâncias da fase dos vinte. Bem ou mal vividas tais fases, até então nada parece nos afligir além das agruras das mesmas. O que vem agora então? Uma avalanche de dúvidas e inquietações que nos devasta com uma única e perturbadora constatação: a de que o jogo já pode até ter começado, mas é só a partir de agora que os pontos começam a ser contados. Sendo assim, abre-se o placar da crise dos 30!!!!


Trata-se de uma espécie de TPM, com grau leve, moderado ou até severo e duração de alguns longos anos, dependendo dos indivíduos, sabe-se lá até quando, 33, 34 ou 35 anos de idade, segundo amigos que já tiveram o prazer de degustar a mesma. A sensação patente é a de que qualquer erro, daqui em diante, pode ser fatal. Tudo parece que passa a ser assustadoramente definitivo! As auto-cobranças triplicam, o turbilhão de dúvidas nos assolam e uma pergunta nos enlouquece: que diabos eu estou fazendo da minha vida? Isso sem mencionar as alterações no corpo que concorrem ferozmente com a conspiração social a favor da magreza, selando um desbragado patrulhamento dos cremes, dietas, tratamentos estéticos, pílulas, plásticas enfim, essas modernidades que, um tanto inutilmente, nos engabelam.

O fato é que nem eu, nem você passaremos incólumes por esta fase ou, se preferir, pelos questionamentos que a vida nos presenteia, para quem reluta em mensurar uma determinada idade para tal acontecimento em proporções avultadas.

É claro que uma vida de questionamentos tem mais consistência do que uma vida resignada, mas necessitamos encontrar algumas respostas, nem que seja à fórceps.

Contudo, o que fazer diante dessa intrincada, confusa, angustiante e complexa etapa da vida, que em maior ou menor proporção atinge homens e mulheres por aí??? Chorar?! Nem pensar! Agora só me permito chorar em três únicas situações na vida, que não estão em pauta... Permanecer inerte e imobilizada, deixando o tempo passar e tudo se ajeitar, jamais!!!! Depender de esmolas afetivas, muito menos!!!! Pensar positivo?! Não é suficiente... Logo, que tal sucumbir a ajuda de um Psicanalista?! Hum, soou um tanto desesperador pelo verbo empregado, mas de fato, sou adepta da idéia de que uma ajuda profissional é sempre bem-vinda no processo de autoconhecimento, sobretudo, porque, ainda sou um iceberg para eu mesma: só avisto, conheço, uma ponta, uma pequena parte, quanto ao restante só há uma maneira de descobrir: ser uma destemida "mergulhadora" ...

Afinal, cada um se ajuda como preferir!

Débora Calvo
15/Janeiro/2010